Com a Reforma Tributária promulgada ainda em 2023, o governo trouxe diversas mudanças para as empresas, e uma das mais impactantes é a implementação do Split Payment, ou “pagamento dividido”.
Em termos simples, essa metodologia altera a maneira como os impostos são recolhidos, influenciando diretamente o fluxo de caixa das organizações.
Tendo isso em vista, entender como o Split Payment funciona e quais setores serão afetados é essencial.
O que é Split Payment?
Entender o que é Split Payment, ou “pagamento dividido”, não é difícil. Basicamente, esse termo refere-se a uma metodologia de recolhimento de impostos que separa automaticamente os tributos no momento da transação comercial.
Ou seja, em vez de o valor total do pagamento ser recebido pela empresa fornecedora, uma parte correspondente aos impostos é retida e encaminhada diretamente ao governo.
Na prática, o modelo visa aumentar a eficiência na arrecadação tributária e reduzir a evasão fiscal. Assim, quando um cliente paga por um serviço ou produto, a quantia destinada aos impostos já é separada e transferida ao Fisco, enquanto o restante é disponibilizado à empresa.
Todavia, embora o Split Payment traga vantagens como maior controle sobre o recolhimento tributário, ele também pode gerar desafios para as empresas. Um desses desafios, por sua vez, está no fluxo de caixa.
Isso ocorre porque o valor retido não fica temporariamente disponível para o negócio, exigindo um planejamento financeiro mais rigoroso para manter as operações regulares e os compromissos em dia.
Como essa metodologia impacta o fluxo de caixa da sua empresa?
O Split Payment altera significativamente o fluxo de caixa das empresas ao modificar o momento do recolhimento de tributos. Tradicionalmente, as empresas recebem o valor total das vendas e, posteriormente, efetuam o pagamento dos impostos em datas específicas.
Com o Split Payment, a parcela correspondente aos tributos é enviada diretamente ao Fisco no instante da transação.
Essa mudança faz com que as empresas passem a dispor imediatamente apenas do valor líquido das vendas, já descontados os impostos. Consequentemente, há uma redução na liquidez imediata, exigindo a disponibilidade de recursos necessários às operações diárias.
Além disso, pode haver um aumento nos custos operacionais devido à necessidade de adaptar sistemas e processos internos para atender às novas exigências tributárias.
Afinal, empresas de menor porte, que frequentemente dependem de um fluxo de caixa mais flexível, podem enfrentar desafios adicionais.
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Quem vai ser afetado pelo Split Payment?
Com as mudanças trazidas pela Reforma Tributária com o Split Payment, alguns diferentes setores serão impactados de maneira significativa, especialmente aqueles que dependem de operações online ou transações financeiras mediadas. Entre os mais afetados, mencionamos alguns a seguir!
Comércio
Empresas de comércio, principalmente as de pequeno porte, sentirão o impacto diretamente. Como a maioria das receitas vêm do consumidor final, o Split Payment reduzirá o valor líquido recebido, demandando maior atenção ao fluxo de caixa.
Serviços e Indústria
Setores de serviços, como educação online e assinaturas, também serão afetados. Já a indústria, por possuir processos tributários mais estruturados, terá impactos menores, mas ainda relevantes.
Marketplaces
Plataformas digitais, como o Mercado Livre, Amazon e Shopee, terão um papel central na retenção e repasse de impostos. Empresas que vendem produtos por meio dessas plataformas, seja no Simples Nacional ou Lucro Presumido, verão os tributos recolhidos no momento da liquidação financeira.
Isso traz vantagens para os compradores, que terão a segurança do recolhimento imediato do imposto e da apropriação de créditos tributários.
3 dicas para amenizar os efeitos do Split Payment no fluxo de caixa
De fato, o impacto do Split Payment no fluxo de caixa trará uma representação significativa na estabilidade de qualquer empresa. Considerando esse fato, é válido destacar a importância de adotar medidas estratégicas e legais para estar preparado para as mudanças.
- Faça o mapeamento dos tributos: verifique os tributos que serão recolhidos diretamente na transação para evitar surpresas no fluxo de caixa e conseguir prever quanto será descontado em cada operação.
- Faça negociações sobre as condições de pagamento: é possível aliviar a pressão do fluxo de caixa ao firmar acordos com fornecedores e parceiros para alongar prazos de pagamento.
- Faça simulações: para identificar ajustes necessários no preço dos produtos e serviços, protegendo suas margens de lucro, considere simular para o impacto do Split Payment em diferentes cenários.
Prepare-se para as mudanças da Reforma Tributária para empresas!
Contar com o suporte de especialistas contábeis é fundamental para compreender as novas exigências da Reforma Tributária, incluindo o Split Payment. A contabilidade ajuda, entre outros aspectos, a mapear riscos e identificar oportunidades de otimização fiscal.
Nós, da HF Contabilidade, ajudamos sua empresa a navegar por essas mudanças com segurança e eficiência.
Portanto, não deixe que a complexidade das novas regras atrapalhe a evolução do seu negócio. Entre em contato conosco hoje mesmo e garanta uma gestão contábil estratégica para enfrentar os desafios da Reforma Tributária com quem entende do assunto!